sábado, 18 de agosto de 2012

Trajes Mecanizados: Da ficção...

Como vimos, equipamentos que aumentam as habilidades de quem os usa já povoaram as lendas antigas. Na fantasia medieval, contos de cavalaria e até na recente literatura de "RPGs"¹ temos botas de velocidade, cinturões de força e capas de invisibilidade. Tais recursos sempre foram bons de serem explorados em histórias de ação, aventura e guerra e portanto, com o advento da ficção científica, não deixariam de serem usados. Todavia, para esse gênero, eles precisavam de uma explicação um pouco mais plausível e seus escritores abandonaram a magia e passaram a representa-los como máquinas. 

Serie Lensman:


O conceito de traje mecanizado não estava explicito na série de livros Lensman, do escritor doutor Edward Elmer Smith, mas os trajes espaciais da série continham escudos energéticos e outros aparatos que lembram a ideia de um traje mecanizado. Além disso em um dado momento da série, um traje é fabricado de modo que o mesmo possibilitou um personagem  sobreviver a um ataque maciço, dando a entender que a vestimenta tinha uma blindagem pesada demais para um humano comum conseguir suportar, mas ao mesmo tempo tinha algum sistema que dava liberdade de movimento ao seu usuário.

Audiobook do livro 2 da série Lensman: The First Lensman

Tropas Estelares:

Nesse romance de Robert A. Heinlein o traje mecanizado aparece explicitamente. Na verdade o traje da infantaria móvel (IM) é quase um protagonista e boa parte do livro fala sobre ele. Em Tropas Estelares os soldados da I.M. são a supremacia em combate, eles tem a mobilidade e proteção da cavalaria, com a pessoalidade da infantaria, graças aos seus trajes mecanizados. Estes contavam com uma série de sensores de pressão que captavam o movimento do usuário e o traje reproduzia com mais força. Além disso, os trajes contavam com jetpack, sonar, visor noturno, "depósito de armas" e proporcionavam uma formidável proteção extra.


Uma das capas de Tropas Estelares

O modelo de tropas estelares serviu de inspiração para uma grande gama de outras obras, desde Warhammer 40k até o Homem de Ferro, todos usam como base os trajes lançados na ficção por Heinlein.

Bioarmaduras:

Bioarmaduras são uma versão "biológica" dos trajes mecanizados e que só existem no mundo fictício. Foram usadas em obras como o livro Fallen Dragon de Peter F. Hamilton, o "comic book" X-O Manowar de Jim Shooter e o mangá Bio Booster Armor Guyver. Aqui no Brasil a "bioarmadura" dos universos de RPG Tormenta e Invasão é a mais conhecida.


Uma bioarmadura é descrita como uma criatura simbionte, que reveste o hospedeiro oferecendo todos os benefícios de um traje mecanizado (aumento de força, velocidade e proteção). Teria a vantagem sobre o traje comum por estar sempre com o seu usuário podendo ser acionada quando conveniente. Além disso a maior parte dos ganhos em força e velocidade estariam associados à mudanças na estrutura biológica de quem hospeda uma bioarmadura do que pela estrutura da coisa em si

Bioarmaduras em um livro de RPG da série Tormenta


Nanoarmaduras:

Apesar das vantagens das bioarmaduras é pouco provável que elas deixem a ficção. O esforço para desenvolver tal tecnologia seria grande demais e os resultados poderiam ser substituídos com ganho pela nanotecnologia.

No jogo Crysis os membros das forças especiais do EUA usam trajes que proporcionam aumento de força, velocidade, proteção e invisibilidade. O "nanosuit" lembra pouco o traje mecanizado convencional, uma grande armadura com servomotores, ao invés disso se parece com uma roupa fibrosa, feita de uma liga molecular. O aumento de força e de velocidade também é feito de forma diferente: nanopartículas são absorvidas pelo usuário e estas estimulam o trabalho muscular, respiratório e cardíaco do mesmo.

Enquanto bioarmaduras estão longe de se tornarem reais, nanoarmaduras podem entrar em cena nos campos de batalha ainda neste século.

Nanosuit de Crysis

Quase mágicas:

A ficção atual produziu trajes mecanizados que nada devem às armaduras mágicas da antiguidade. Vestimentas anti-gravitacionais em Perry Rhodan, os Chrono Commando de Command and Conquer assustariam até mesmo Thor com seu cinto de força. As tentativas de explicar o fornecimento de energia dos trajes também ainda estão além do alcance de nossa ciência atual, em fallout por exemplo, a armadura é alimenta por uma pilha de fusão nuclear!


Quase reais:

Os escritores, desenhistas e game-designers nunca explicaram de fato como funcionava suas criações, nem era possível que fizessem, mas conseguiram inspirar gerações de engenheiros à passar para a realidade tal conceito. Além disso com uma ideia ou outra eles conseguiram pincelar um pouco o futuro dessa tecnologia. Heinlein, sem dúvida, foi o que mais contribuiu, passando não só as vantagens dos trajes como uma possível doutrina de uso.


Não é atoa que após a publicação de tropas estelares o primeiro projeto real de traje mecanizado foi conduzido nos EUA.

Na próxima postagem: Trajes Mecanizados: ... a realidade, vamos abordar o projeto hardiman.

2 comentários:

Moonlight disse...

Os trajes de Fallout são movidos a celulas nucleares?! Maldita Brotherhood of Steel e Enclave! Voces não me contaram isso no começo!

Claudia Lima Pereira disse...

Moller, eu fiz uma creepypasta para você *o*, se tiver algum email para que eu possa mandar... bjinhus... ah é você se importa se eu postar ela no blog?