quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

7,62 o comunista e o capitalista

Muita gente fala, levianamente, no "calibre 7,62", extremamente letal e que um acerto nos membros causa amputação e nos órgãos vitais, morte certa. De fato, não há muita mentira nisso, se pensarmos na munição que alimenta o fuzil principal de nosso exército, o problema é quando começa a se generalizar o "7,62" se esquecendo do resto da numeração. Sim, os números que faltam podem fazer uma grande diferença de 1000 joules!

Primeiramente vamos esclarecer uma coisa, existem vários "7,62" inclusive munições 7,62 de revólveres e pistolas (como o 7,62x25mm Tokarev). Mas aqui, hoje, vamos falar de apenas dois deles: O 7,62 x 51 "NATO" e o 7,62 x 39, também conhecido como 7,62 "Pacto de Varsóvia".

7,62 x 51 "NATO"

O 7,62 "capitalista" foi desenvolvido na década de 50, para equipar armamentos dos países membros da OTAN e entrou em uso com os fuzis M-14, FN FAL e G1. Esse é o que faz jus à fama de "destruidor", sua energia cinética é da casa de 3500 joules e velocidade de 800~850m/s.

Por suas dimensões, a quantidade de munição que cada soldado leva é menor em comparação com outros calibres como o 7,62 x 39 e o 5,56 x 45 (e esse foi um dos principais argumentos para a substituição dos M-14 pelos M16).

Seu poder o torna uma boa opção para tiros de longa distância, muitos fuzis de precisão utilizam esse tipo de cartucho, como o Paker Hale M82, o M21 (que é uma derivação do M-14), o FN SPR, o HK 417 entre outros, além disso o CIGS atestou esse tipo de munição como a mais apropriada para ambiente de selva, visto que tende a desviar menos de sua trajetória ao colidir com pequenos galhos e fibras vegetais.


O "similar" civil desse calibre é o .308 Winchester.




7,62 x 39 "Pacto de Varsóvia":

O 7,62 "comunista" tem fama tão de "destruidor" quanto a do "capitalista", porém, não é para tanto, sua energia cinética está na casa dos 2000J "apenas" 300J a mais que o 5,56 do M-16 a velocidade do projétil, no entanto é de 720m/s, bem inferior aos cerca de 900m/s do 5,56 x 45. Não estou comparando o 7,62 x 39 com o 5,56 x 45 atoa, o 7,62 de "varsóvia" é muito mais parecido com este calibre do que com o 7,62 NATO.

Este calibre foi desenvolvido pelos soviéticos, ainda na segunda guerra, a partir de calibres alemães como o 7,75 x 39 e o 7,92 x 33. Foi usado pela primeira vez na metralhadora RPD e se proliferou pelo mundo com a AK-47. Por suas dimensões, um soldado pode carregar maior quantidade de munição, assim como acontece com o 5,56. Ele porém não tem energia o suficiente para servir satisfatóriamente para disparos de precisão a grande distâncias.




Bom, o texto aqui é a título de curiosidade, no fórum guerras há diversos tópicos sobre munições com informações mais precisas. Pode ser que haja alguma dificuldade em achar alguns tópicos, visto que estamos "reformando" o fórum, mas nada que a participação ativa de membros não resolva. Boa sorte e boa leitura.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Trocando Gato por lebre

O Brasil se prepara, para em 2012, dar um importante passo no seu programa espacial, enviar um foguete com um satélite a partir de seu próprio solo. Sabemos que não é um grande salto, uma vez que o foguete é ucraniano e já é considerado obsoleto, mas ainda é um passo que precisa ser dado.
Se já não bastasse as verbas impróprias para um programa espacial de uma nação que almeja ser uma potência global, a "pieguisse" de terceiros está colocando em risco a expansão de nossa base de Alcântara. , estou falando da questão dos quilombolas.
Quando a base foi construída, várias famílias quilombolas tiveram que ser deslocadas de suas terras para agrovilas, de qualidade de vida inferior. Para expandir a base seria necessário remover tais quilombolas novamente. Infelizmente nisso entram muitas opiniões simplistas e ordinárias.
De um lado tempos os "defensores dos direitos humanos", ongs e associações que consideram inadmissíveis movimenta-los mais ou vez, ou realoca-los de uma vez por toda bem longe da base, acham que isso é desumano e arbitrário! Aliás, para eles, quem deveria sumir dali é a base. De outro temos os "cavalos doidos" da pátria e do progresso. Para eles, a base tem é que jogar um foguete em cima dos vizinhos, que são uma cambada de vagabundos, que não trabalham e ainda ficam se deixando influenciar por "ongs" que são fachadas para interesses das potências imperialistas que não querem ver nosso desenvolvimento.
Mas o problema não é algo que possa ser resolvido de forma tão simples. É um erro, antropólogos e sociólogos demarcarem terra para etnias como se estas fossem compostas de animais selvagem que tenham a necessidade de um habitat fixo. Líderes locais, muitas vezes com anseios egoístas de se manterem no poder de suas comunidades, inflamam discursos vazios e falaciosos contra algo que poderia servir de benefício para todos nós. É muita cretinice achar que o melhor a fazer é deixar essa famílias onde estão e vivendo a vida que vivem, achar que isso é humano então é alienação das bravas.
Com o pleno desenvolvimento da base e com os devidos incentivos e verbas para o nosso programa espacial Alcântara terá tudo para se tornar mais um pólo tecnológico, com isso virão as necessidades e os benefícios próprios delas. Necessidade de mão de obra especializada, criação de cursos técnicos e faculdades, melhorias na infra-estrutura da região são só alguns dos exemplos.
Os moradores locais poderiam usufruir muito bem desses benefícios. Se não, há outras opções como move-los para uma área bem longe da base, mas dar a eles condições bem melhores do que as que dispõem hoje. A base também poderia dedicar uma pequena parte de seus recursos, por no máximo 5 anos, para enriquecer a infra-estrutura do novo lar de seus antigos vizinhos.
Seja qual for a decisão, que ela seja feita pensando no futuro, decisões com resultados a longo prazo são sofridas para as gerações presentes, mas são as que dão melhores frutos, não se pode tentar decidir algo importante para todo o país, limitando o olhar apenas para um local, dignidade não é sobreviver em um pequeno pedaço de terra herdado de seus ancestrais, dignidade é viver sendo consciente da caixa de surpresas que é o universo e tendo condições de explora-la.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Guerra cibernética, a nova frente.

Para defender nossa nação, precisamos comprar caças russos ou lançadores de misseis terra-ar? É necessário comprar mais leopards ou montar divisões inteiras com blindados nacionais? É de extrema urgência termos mais uma super-tropa de elite, ou devemos romper com tudo e manufaturarmos nossa primeira ogiva nuclear? Talvez devêssemos comprar alguns computadores...

Antes de protestos veementes dos, como o Rodolfo (panzertruppe) chama, "cavalos doidos", não nego a importância do blindado, do avião, da embarcação... E também sei que o infante ocupando a posição conquistada ainda é fundamental em uma guerra. Mas fatos recentes demonstram que cada vez mais o computador pode causar danos tão severos quanto uma detonação nuclear. Sim, estou falando de ataques hacker.

O primeiro registro importante de ataques desse tipo, eu considero o conflito da Geórgia em 2008. Hackers russos invadiram computadores do governo georgiano, sabotaram servidores, roubaram informações e principalmente, agiram como meio de propaganda de guerra, colocando fotos de Adolph Hitler ao lado das fotos do presidente de tal nação. A partir dai, diversos ataques à nações tem sido registrados até os mais recentes ataques à diversas empresas que pararam de apoiar o wikileaks. Sim, esses ataques estão inclusos como registros dessa "nova frente".

Da mesma forma que no mundo "real", governos enfrentam problemas com terroristas "convencionais", que usam bombas, seqüestros e assassinatos para promoverem seus ideais, o mundo virtual também tem seus terroristas, eles roubam contas de pessoas importantes em sites "sociais", censuram jornais virtuais, difamam, atacam seus bens, levando o medo e impedindo a liberdade de expressão.

Está cada dia mais claro que um país que investir em tecnologia informática, para fins bélicos, terá em suas mãos uma arma extremamente poderosa. Também fica a observação de que as pessoas não correm riscos só no mundo real e que a segurança do individuo e da nação deve ser reforçada também no virtual.