Quando alguém vê os trajes mecanizados do filme GI Joe e diz que os mesmos são algo puramente fictício e que ainda estamos muito longe trazer algo do tipo para a realidade, está cometendo um grave engano. Se na década de 60 o EUA já trabalhava no promissor hardiman, hoje EUA, França e Japão estão a poucos passos de terem os primeiros exoesqueletos operacionais em massa.
Sarcos/Raytheon XOS (EUA): Provavelmente o traje mecanizado mais avançado existente, o XOS nasceu na Sarcos, que posteriormente foi comprada pela gigante Raytheon. Em 2000 o DARPA requisitou propostas para exoesqueletos militares e das recebidas escolheu a da Sarcos, um traje mecanizado movido por um único motor e com autonomia de 24h. A evolução dessa proposta resultou no XOS, que pesa cerca de 68kg e pode levantar bruscamente pouco mais de 90kg sem maior esforço ou desgaste por parte do usuário.
XOS 2
O XOS funciona basicamente da seguinte forma: um conjunto de sensores lê o movimento do usuário e transmite essa informação para um computador central. Este calcula o movimento que deverá ser executado pelo traje e transmite essas informações para válvulas que controlam a pressão de um fluido hidráulico em cilindros nas articulações. Isso faz com que os cilindros sejam puxados e empurrados. Cabos de aço ligam os cilindros aos membros funcionando como "tendões" e assim transmitindo o movimento aos membros do exoesqueleto.
Esquema de movimentação do XOS
Apesar do ganho em força propiciado ao usuário, o XOS ainda não consegue correr ou dar grandes saltos. Além disso, embora a proposta inicial da Sarcos tivesse 24h de autonomia o XOS precisa ser alimentado por um cabo de força. Por isso esse traje está mais para uso logístico do que para o combate. No entanto o XOS 2 já foi apresentado e até agora tem se mostrado promissor, com movimentos mais fluidos e enérgicos e menor consumo de energia (praticamente metade da consumida pelo seu antecessor).
Ekson Bionics/ Lockheed Martin HULC (EUA):
O "Human Universal Load Carrier" é um exoesqueleto hidráulico que está sendo desenvolvido pela Ekson Bionics (antiga Berkeley Bionics)e a Lockheed Martin, em um projeto financiado pelo DARPA. Sua função é basicamente aliviar o militar do estresse causado pelo peso de sua carga (munição, equipamentos, armamento...), redirecionando o peso desta para duas pernas de titânio, sem comprometer a mobilidade e a destreza do combatente.
Fonte: Lockheed Martin
O HULC (a sigla, uma analogia ao herói Hulk) possibilita que um soldado entre 1,6 e 1,85m de altura carregue cerca de 90kg por longos períodos sem "sentir" essa carga. Além disso o exoesqueleto permite que seu usuário corra cerca de 11km/h por longos períodos e 16km/h e tiros curtos. Isso tudo sem restringir os movimentos do militar: mesmo vestindo o HULC, o mesmo pode saltar, agachar, rolar e rastejar sem grande dificuldade, graças a seu desing flexível.
FONTE: Lockheed Martin
Outro ponto importante do HULC é sua autonomia. Seu desing visa um gasto energético relativamente baixo. Mesmo com pouca energia o sistema ainda continua a suportar o peso da carga sem restringir o movimento do usuário.
FONTE: Lockheed Martin
Por fim, o mais interessante do HULC é sua modularidade. Apesar de ser originalmente um sistema para suporte de cargas, ele pode receber um grande numero de módulos, como blindagens para seu usuário, baterias extras e até sistemas de armamentos, o que o torna um forte candidato à um verdadeiro traje mecanizado de combate, ao invés de um mero burro de carga.
M.I.T. Media Lab's Biomechatronics Group Legs (EUA):
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