Vou dar uma pausa nas publicações sobre trajes mecanizados para falar de algo importante. Hoje, 07 de setembro de 2012, comemoramos o 190º aniversário de independência do Brasil. Apesar de divergências sobre a data e considerações sobre a validade e os resultados do nosso processo de emancipação, é hoje que comemoramos nossa liberdade como nação, seja ela plena, ou não.
Não pretendo abordar aqui o evento histórico da independência, as batalhas que foram travadas ou como uma força nacional foi levantada e organizada para defender a nova pátria que surgia. O objetivo dessa postagem é fazer uma homenagem e também trazer uma reflexão.
Independência?
Não é incomum vermos a "validade" de nossa independência ser questionada. É claro que ninguém, ou melhor, quase ninguém discorda que hoje não estamos mais subordinados à Portugal e que não devemos mais satisfação à seus governantes. Mas o fato de nossa "guerra da independência" ter sido curta, a participação de elementos nacionais ter sido limitada, a relativa aceitação de Portugal com relação à nossa emancipação, o fato de termos pagado uma indenização à metrópole, a manutenção no sistema político, social e econômico e de sempre estarmos sujeitos às grandes potências do globo podem dar a entender que a independência do Brasil não passou de uma mera alegoria.
Independência!
Se a guerra foi curta, ela foi o suficiente para produzir heróis, em especial uma heroína, épica, Maria Quitéria, moça simples, que se vestiu de homem e se alistou em uma unidade voluntária e lutou bravamente pela independência nacional! Independente dos resultados houveram outros brasileiros que, como ela, tomaram parte na luta e acreditaram em uma nação livre e soberana! E por eles essa data deve ser lembrada.
Se houve relativa aceitação da metrópole e tivemos que pagar uma indenização, não podemos nos esquecer das outras lutas que não tiveram tanto sucesso e que foram duramente reprimidas. Ainda que não visasse toda a colônia brasileira, a inconfidência mineira foi uma luta legítima pela emancipação e por ela e todas as outras revoltas, o sete de setembro deve ser comemorado.
Se o sistema politico, social e econômico não mudou com a independência, ele mudou depois. E por isso, se ele ainda não está satisfatório e justo, poderá ser no futuro. E se ainda hoje estamos sujeitos à comunidade internacional (e excluindo discursos pseudo-intelectuais, xenofóbicos e extremistas), temos hoje importância inquestionável no cenário mundial. E o melhor de tudo? Só depende da gente para melhorar ainda mais nossa situação, seja interna ou externa. E é por esse compromisso que festejamos o dia da independência.
E a manutenção dela:
E se houveram sacrifícios no passado, isso não nos faz isentos de um esforço para manter e melhorar nosso nível de independência. Não é necessário militar em um grupo politico, não é necessário (pode ser que um dia seja) tomar atitudes extremas. Basta simples vigilância, sobre próprias atitudes (estou agindo de forma correta? Apesar de eu achar isso correto, não estou ferindo nenhuma lei e beneficiando algum criminoso? Estou sendo omisso com relação aos problemas sociais que me cercam? Estou cumprindo meus deveres antes de cobrar meus direitos?) E sobre a atitude daqueles que nos governam (nem preciso descrever). Basta o voto consciente, basta o trabalho voluntário, para ajudar a quem precisa ao invés de esperar tudo do governo. Basta aprender a pensar e ensinar isso aos outros, em vez de se acomodar na prepotência de taxar tudo e todos de alienados.
Nosso país não é uma merda, apesar dos atrasos tem crescido e não só isso, tem dado cada vez mais mostras de dignidade e justiça. O mal do Brasil não é o brasileiro, eu, e provavelmente você somos brasileiros. O mal que afeta nossa pátria é o mesmo mal que afeta o mundo, a ignorância e o orgulho dela, mas isso pode ser mudado, com disciplina, dedicação e determinação. E para todo aquele que fez e está disposto a fazer sua parte para um país maior e melhor o sete de setembro serve de homenagem.
Parabéns e feliz dia pátria.
Parada aqui em JF. Não, não fui eu quem tirou a foto. |